Por: Jorge Marcelo Scheneider
Resumo
Analisamos a importância da dança a ser trabalhada no contexto escolar, tendo como princípio de que a expressão corporal é uma linguagem, uma forma de comunicação de um indivíduo com outro, as coisas e o mundo. A escola atua sobre a educação dos corpos, e a assim a dança se constitui em um espaço privilegiado para a educação da sensibilidade, da criatividade e da expressividade do indivíduo.
Unitermos: Dança. Escola. Expressão corporal.
Primeiramente devemos entender que o corpo é uma construção cultura sobre a qual são conferidas diferentes marcas em diferentes tempos, espaços, conjunturas econômicas, grupos sociais, étnicos etc. Assim o corpo é construído no contexto cultural e social: bonito ou feio, magro ou gordo ou raquítico, apto ou inapto.
Na escola a aula de Educação Física é o espaço privilegiado para a construção de representações de corpos e dos valores que eles se atribuem. Agindo para a inclusão ou exclusão, competição ou colaboração, ou ainda para serem expressivos. Assim este espaço deve ser planejado de forma a contemplar experiências de inclusão, de respeito às diferenças, da educação da sensibilidade, da construção de valores capazes de questionar situações de exclusão e de inferiorização de uns em detrimento de outros.
A dança como uma forma de conhecimento, possibilita uma intervenção para a ampliação da expressividade dos sujeitos , pois permite ler a gestualidade humana, uma forma de linguagem.
A concepção de movimento humano, trazida por autores como Buytendijk (1977) e Tamboer e de que o movimento traduz-se num diálogo do indivíduo com os outros, coisas e mundo. Movimentar-se é a ação de seres que imaginam, criam e que vivem em contextos históricos diferenciados.
A dança não é algo homogêneo. Há vários tipos de escolas, técnicas, perspecitivas: do jazz ao hip hop, da dança folclórica ao ballet clássico, da dança de salão ao tango... No entanto, ainda se faz necessário o trabalho com a expressividade e esse deve ser o centro da sua intervenção.
Desta forma, o potencial criativo da dança, constitui-se como um desafio para os professores e professoras considerá-la como um espaço de educação para a sensibilidade, para a criatividade, para a expressividade, não massificada, e sim, que diga algo de si, das suas marcas de identidade, sejam elas de gênero, raça, classe social, geração, sexualidade... que faça de seu corpo expressão em movimento.
Referências:
- BUYTENDIJK, F.J.J. O jogo humano. In: GADAMER, H.G.; VOGLER, P., eds. Antropologia cultura. São Paulo, EDUSP, 1977.
- COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
- TAMBOER, J. ´Se-Movimentar´: um diálogo entre o homem e o mundo. Revista Pedagógica do Esporte. Hamburgo, v. 3, n. 2, p.14-29, março 1979.
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